Expedição de brasileiros à Antártica encontrou microplástico e fuligem de queimadas nas geleiras; veja descobertas

  • 04/02/2025
(Foto: Reprodução)
Material coletado pelos cientistas da Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica será analisado para tentar entender o impacto das mudanças climáticas nas geleiras e como isso impacta o Brasil. Expedição à Antártida, que passou quase 60 dias navegando, chega a Rio Grande (RS) Depois de percorrer cerca de 29 mil km em mais de 70 dias, a expedição científica liderada pelo Brasil na Antártica retornou ao país nesta sexta-feira (31). 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Pela primeira vez, cientistas chegaram tão perto das frentes de gelo, permitindo a coleta de amostras biológicas, físicas e químicas. A expedição a bordo do navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica, da Rússia, projetado especialmente para navegar em águas congeladas, contou com a participação de 57 cientistas de seis países: Brasil, Argentina, Chile, China, Peru, Índia e Rússia. Do total, 27 são brasileiros. Segundo os cientistas, análises preliminares apontaram a presença de fuligem das queimadas e microplástico no gelo antártico. O cientista Filipe Lindau, que participou da expedição, aponta que o alto consumo de plástico no mundo associado com o descarte nos oceanos fazem com que a água e o vento o levem para longas distâncias. “Grande parte do que chega na Antártica se dá pelas correntes e pelo vento sobre o oceano. Nessa expedição, buscamos coletar amostras em locais mais remotos e, agora, vamos analisar o material para entender como o microplástico tem evoluído nos últimos anos”, afirmou, em entrevista coletiva na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Já as queimadas no Brasil também tiveram impacto no ártico. “Ao analisar essa pequena escala diluída na neve, conseguiremos ver até que ponto as queimadas se tornam um evento de relevância global e os seus impactos”, explica Lindau. O materiais coletados pelos cientistas da Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica serão analisados para tentar entender o impacto das mudanças climáticas nas geleiras e como isso afeta o clima no Brasil. "São as geleiras que controlam o nível médio dos mares. Sabemos que está aumentando, e a Antártica nem começou a contribuir. Essas eram as áreas que estávamos mais interessados, entender como as geleiras estão se modificando", explica Jefferson Cardia Simões, glaciólogo da UFRGS e coordenador da expedição. Pesquisadores que foram à Antártica desembarcaram no porto de Rio Grande (RS) na sexta-feira (31) Reprodução/RBS TV LEIA TAMBÉM Saiba como é o navio quebra-gelo de expedição liderada pelo Brasil Pesquisa estudou impacto das mudanças climáticas nas geleiras O que foi analisado Brasil lidera expedição de navegação pela Antártica Na missão, foram coletados mais de 90 metros de amostras de gelo e seis metros de sedimentos, que devem ajudar a determinar temperatura, salinidade, acidez do oceano em profundidades que vão até dois mil metros. Também foram coletadas amostras contínuas de dados da superfície do oceano, e foram lançados 43 balões atmosféricos, que voaram a até 30 km de altitude. De acordo com a UFRGS, esses materiais serão analisados por laboratórios ao redor do mundo e vão ajudar a entender as transformações ambientais na região. Venisse Schossler, climatóloga da UFRGS, explica que especialistas já detectam um aumento do nível do mar de 12 centímetros nos últimos 10 anos, o que pode impactar nos níveis medidos no Brasil. "A questão costeira sofrerá, e é preciso lembrar que Porto Alegre está, geograficamente, na planície costeira", disse a cientista, em entrevista coletiva na capital do RS nesta segunda. Pesquisadores desbravaram a Antártica a bordo de um navio quebra-gelo russo Reprodução/RBS TV Os resultados dessa missão devem levar anos para serem analisados e publicados, mas prometem ser cruciais para a ciência global: "A ciência não gera resultados imediatos. Levaremos anos para analisar os dados e publicar os resultados, mas essas descobertas serão fundamentais para entender o futuro do sistema ambiental", conclui Simões. Expedição liderada pelo Brasil analisou aspectos do clima na Antártica Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/02/04/expedicao-a-antartica-retorna-ao-brasil-apos-70-dias-e-29-mil-km-percorridos-veja-o-que-sera-analisado.ghtml


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